quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
A melhor música
As revistas de música, em Inglaterra e em França nomeadamente, começaram já a publicar as suas listas dos melhores discos do ano. Não resisto a colocar aqui a minha. Não dos melhores discos, mas dos que mais gostei de ouvir em 2011.
Destroyer: Kaputt
Metronomy: The English Riviera
Feist: Metals
Fleet Foxes: Helplessness Blues
Bon Iver: Bon Iver
Anna Calvi: Anna Calvi
Wilco: The Whole Love
St. Vincent: Strange Mercy
Jonathan Wilson: Gentle Spirit
Joan as a Police Woman: The Deep Field
Destroyer: Kaputt
Metronomy: The English Riviera
Feist: Metals
Fleet Foxes: Helplessness Blues
Bon Iver: Bon Iver
Anna Calvi: Anna Calvi
Wilco: The Whole Love
St. Vincent: Strange Mercy
Jonathan Wilson: Gentle Spirit
Joan as a Police Woman: The Deep Field
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Melhores discos de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Cemitério dos Prazeres (ontem)
Adoro deambular pelos cemitérios. Poucos sítios me proporcionam uma tal sensação de paz, de comunhão comigo mesmo. E a máquina fotográfica ajuda-me a estabelecer com o que vejo, e com o que sinto, uma relação bem íntima. No que vejo, revejo-me, pressinto-me, e a tristeza que, então, aflora, é quase uma bênção.
J’adore flâner dans les cimetières. Peu d’endroits me procurent une telle sensation de paix, de communion avec moi-même. Et l’appareil photo m’aide à établir avec ce que je vois un rapport d'une grande intimité. Je me revois dans ce que je vois et la tristesse qui m’assaillit alors, je la ressens comme une bénédiction.
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Cemitério dos Prazeres,
D3100 c/28mm 2.8
terça-feira, 29 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Graciela Iturbide
De repente, nas estantes da Fnac, encontrei um novo livro da colecção Photo Poche, dedicado a uma fotógrafa mexicana que não conhecia de todo: Graciela Iturbide.
Que bela descoberta. Nas suas fotos, encontrei o México por detrás do México. Um país que não vi, feito de interioridade visceral, que ela «ilumina» realçando o que de mais obscuro e profundo existe naquele país que tanto me impressionou.
Os animais, as mulheres e as crianças (os homens estão quase ausentes) que Graciela tão bem fotografa não se deixam verdadeiramente ver, pois guardam ciosamente os seus segredos. De resto, quando nos interpelam, o que acontece frequentemente, dir-se-iam que nos vêem melhor a nós do que nós os vemos a eles.
Aos meus olhos, o que Graciela Iturbide procura é revelar (no sentido fotográfico, mas também no sentido religioso do termo) a desolação e a marginalidade em que vivem aqueles a quem Deus e a sociedade viraram as costas. Por isso, a «mulher anjo» pode ser a sua imagem mais emblemática, mas eu prefiro as suas fotos dos pássaros, das cabras, ou mesmo das galinhas mortas, porque, na sua nudez absoluta e total, são mais reveladoras deste abandono.
Na verdade, antes de conhecer Graciela Iturbide, já o seu imaginário me perturbava.
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Graciela Iturbide
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Claire Denis
A revista francesa Inrockuptibles está a comemorar 25 anos de existência. Por isso, perguntou a 25 individualidades como imaginam o mundo daqui a 25 anos. Eis excertos da resposta de Claire Denis, que publico sem comentar.
«Como muitas pessoas, neste momento temo o futuro. Porque envelheço? Tenho a sensação de que sobrevivemos em vez de viver. Fala-se muito na Grécia como o calcanhar de Aquiles da Europa, mas eu penso em Portugal, a ponta do sapato europeu. Os portugueses forem descobridores, viajantes, Portugal faz parte do meu sentimento do mundo. Este povo sofreu, ainda sofre, mas não está na sua maneira de ser, indignar-se e revoltar-se como os Gregos. Penso no filme de Manoel de Oliveira, Non, ou a Vã Glória de Mandar. Os portugueses resistem sem fazer barulho. Aquele título do Oliveira permanece presente todos os dias. A ideia de ganhar, de mandar, é vã. E dizer «não», por vezes é uma forma de coragem. «Não», quer dizer nada de fingimentos, de gloriazitas, nem esta ilusão de mandar, ou de dominar. Eis como me imagino no futuro. (…) Neste meu imaginário de Portugal, existe um ideal sem o qual os portugueses não teriam ido explorar o mundo a bordo de cascas de noz. Por isso, espero que o futuro seja um pouco português.»
*
Les Inrocks, qui sont en train de fêter leur 25 ème anniversaire, on demandé à plusieurs individualités comment ils imaginaient le monde dans 25 ans. Voici des extraits de la réponde de Claire Denis :
«Comme beaucoup de gens, j’ai en ce moment peur du futur. Parce que je vieillis ? J’ai le sentiment qu’on surnage plutôt qu’on ne vit. On parle beaucoup de la Grèce comme du talon d’Achille de l’Europe, et moi, je pense au Portugal, la pointe de la chaussure européenne. Les Portugais ont été des découvreurs, des voyageurs, le Portugal fait partie de mon sentiment du monde. Ce peuple a enduré, endure, mais ce n’est pas dans sa manière de s’indigner, de se révolter comme les Grecs. Je pense au film de Manoel de Oliveira, Non, ou la Vaine Gloire de Commander. Les Portugais résistent sourdement, sans fracas. Ce titre d’Oliveira est pour moi présent chaque jour. L’idée de gagner, de commander, est vaine. Et dire “non”, c’est parfois une forme de courage. “Non”, cela veut dire pas de faux-semblants, de gloriole, pas de cette illusion de commander, pas de ce mensonge de dominer. Voilà comment j’imagine demain. (…) «Dans cet imaginaire que j’ai du Portugal, il existe un idéal sans lequel les Portugais ne seraient pas partis explorer le monde sur une coquille de noix. Voilà, j’espère que l’avenir sera un peu portugais.»
«Como muitas pessoas, neste momento temo o futuro. Porque envelheço? Tenho a sensação de que sobrevivemos em vez de viver. Fala-se muito na Grécia como o calcanhar de Aquiles da Europa, mas eu penso em Portugal, a ponta do sapato europeu. Os portugueses forem descobridores, viajantes, Portugal faz parte do meu sentimento do mundo. Este povo sofreu, ainda sofre, mas não está na sua maneira de ser, indignar-se e revoltar-se como os Gregos. Penso no filme de Manoel de Oliveira, Non, ou a Vã Glória de Mandar. Os portugueses resistem sem fazer barulho. Aquele título do Oliveira permanece presente todos os dias. A ideia de ganhar, de mandar, é vã. E dizer «não», por vezes é uma forma de coragem. «Não», quer dizer nada de fingimentos, de gloriazitas, nem esta ilusão de mandar, ou de dominar. Eis como me imagino no futuro. (…) Neste meu imaginário de Portugal, existe um ideal sem o qual os portugueses não teriam ido explorar o mundo a bordo de cascas de noz. Por isso, espero que o futuro seja um pouco português.»
*
Les Inrocks, qui sont en train de fêter leur 25 ème anniversaire, on demandé à plusieurs individualités comment ils imaginaient le monde dans 25 ans. Voici des extraits de la réponde de Claire Denis :
«Comme beaucoup de gens, j’ai en ce moment peur du futur. Parce que je vieillis ? J’ai le sentiment qu’on surnage plutôt qu’on ne vit. On parle beaucoup de la Grèce comme du talon d’Achille de l’Europe, et moi, je pense au Portugal, la pointe de la chaussure européenne. Les Portugais ont été des découvreurs, des voyageurs, le Portugal fait partie de mon sentiment du monde. Ce peuple a enduré, endure, mais ce n’est pas dans sa manière de s’indigner, de se révolter comme les Grecs. Je pense au film de Manoel de Oliveira, Non, ou la Vaine Gloire de Commander. Les Portugais résistent sourdement, sans fracas. Ce titre d’Oliveira est pour moi présent chaque jour. L’idée de gagner, de commander, est vaine. Et dire “non”, c’est parfois une forme de courage. “Non”, cela veut dire pas de faux-semblants, de gloriole, pas de cette illusion de commander, pas de ce mensonge de dominer. Voilà comment j’imagine demain. (…) «Dans cet imaginaire que j’ai du Portugal, il existe un idéal sans lequel les Portugais ne seraient pas partis explorer le monde sur une coquille de noix. Voilà, j’espère que l’avenir sera un peu portugais.»
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Pensamento do dia
Wittgenstein: «O que é eterno e importante, está frequentemente oculto por um véu impenetrável. As pessoas percebem que há ali qualquer coisa, mas não a vêem. O véu reflete a luz do dia.»
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Wittgenstein
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Dos trapezistas
Alguns preferem os palhaços, outros os domadores de leões ou os ilusionistas. A mim, o que mais me fascina são os trapezistas. Adoraria voar como eles, desafiar a lei da gravidade e, no final, cair na rede como numa nuvem, com o sentimento de ter escrito um poema invisível no ar.
Certains préfèrent les clowns, d’autres les dresseurs d’animaux et d’autres encore les magiciens. Moi, c’est les trapézistes qui me fascinent le plus. J’adorerais voler comme eux, défier la loi de la gravité e, à la fin de mon numéro, tomber sur la toile comme sur un nuage, avec le sentiment d’avoir écrit un poème dans l’air.
Certains préfèrent les clowns, d’autres les dresseurs d’animaux et d’autres encore les magiciens. Moi, c’est les trapézistes qui me fascinent le plus. J’adorerais voler comme eux, défier la loi de la gravité e, à la fin de mon numéro, tomber sur la toile comme sur un nuage, avec le sentiment d’avoir écrit un poème dans l’air.
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Dos trapezistas
Dos palhaços
O que os melhores palhaços nos ensinam, é que rir não é o contrário de chorar.
Ce que les meilleurs clowns nos apprennent, c’est que rire n’est pas le contraire de pleurer.
Ce que les meilleurs clowns nos apprennent, c’est que rire n’est pas le contraire de pleurer.
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Dos palhaços
Da natureza
Podia ficar horas a ver as gotas da chuva a deslizarem pela janela. A Natureza sabe como nos entreter.
Je pourrais rester des heures regardant la pluie glisser sur la fenêtre. La Nature a mille façons de nous rendre songeurs.
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Da natureza
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
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