domingo, 18 de novembro de 2012
Memórias
Certas coisas não precisam de ser verbalizadas. Nem conseguem sê-lo convenientemente, de resto. É uma das razões porque gosto tanto de fotografias.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Miguel Bombarda
O pretexto era visitar uma exposição que lá está (uma mostra colectiva de fotografias de hospitais), mas o principal objectivo era espreitar o famoso Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda, um espaço que vi pela primeira vez num filme do César Monteiro. Uma brochura gratuita explica que esta espécie de penitenciária para doentes mentais, foi construída em 1896 e funcionou até ao ano 2000. Da autoria do arquitecto José Maria Nepomuceno, o Pavilhão é um dos seis edifícios circulares panópticos existentes no mundo (vigilância a partir de uma torre central, sistema inventado por Jeremy Bentham em 1787). O mais espectacular é, em boa verdade, o pátio-praça central, uma zona ao ar livre onde os pacientes passavam o dia, quando não estavam de castigo.
Hoje em dia, O Pavilhão de Segurança é o único espaço do Hospital que funciona, abrigando diversos núcleos de arte de doentes (cerca de 4000 obras, parece, embora só uma pequena parte esteja exposta). Algumas das «celas» abrigam restos do mobiliário e do equipamento médico e são uma razão suplementar para lá ir imaginar o que terá sido o quotidiano daquela gente.
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Miguel Bombarda
Da poesia das coisas
Tudo tem a sua música própria, a sua poesia, o seu lugar no mundo. A mínima coisa pode iluminar-nos!
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Miguel Bombarda
domingo, 11 de novembro de 2012
Dos tempos que vivemos
Ouçamos Jean Baudrillard: «Hoje vivemos uma eliminação lenta, endémica, viral. Melhor dizendo: vivemos numa sociedade de exclusão, em que fomos destituídos de certos direitos à morte. Um estado letal». E mais adiante: «Repare-se como nos batemos hoje por toda a parte em frentes apodrecidas: o sistema eleitoral, em que as pessoas são levadas a baterem-se por castas equivalentes; o emprego, em que todos são levados a baterem-se para encontrarem o seu lugar num sistema de exploração». Ou seja: «Em todo o lado somos prisioneiros de falsos problemas, de falsas alternativas, de falsas paradas em que somos perdedores em todos os casos possíveis».
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