sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lana del Rey


Em matéria de discos, o primeiro mês de 2012 foi sobretudo marcado por dois lançamentos, ambos bastante mediatizados, por razões bem diferentes: Old Ideas de Leonard Cohen e Born To Die de Lana del Rey. Comecemos por este último, pois o primeiro fica para o próximo post.
Como já toda a gente deve saber a esta hora, graças à Internet, Lana del Rey era já um fenómeno pop mundial ainda antes do disco sair. Entretanto, as debilidades demonstradas em palco e as acusações mais ou menos fundamentadas de plágio, têm contribuído, no fundo, para fazer ressaltar a sua aura de menina inocente e bem comportada que esconde (mal) uma calculista capaz das maiores perversidades. Algumas mulheres odeiam-na pura e simplesmente e clamam bem alto que tudo nela é falso, desde os lábios carnudos aos olhares de lambisgóia. Mas os homens, em geral, não ficam indiferentes a esta reencarnação de antigas estrelas de Hollywood.
Sou dos que pensam que ela sabe muito bem o que faz, e que se fabricação há, não é da indústria, porque a indústria não seria capaz de a pôr a dizer as coisas que ela diz nas entrevistas que tenho lido. Fica aí bem patente que de burra, a rapariga não tem nada. E a sua música? A música é à imagem desta imagem que ela criou para si própria: situa-se algures entre a insustentável leveza da sua sensualidade e a profundidade de um sonho pueril.

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