terça-feira, 30 de outubro de 2012
Do pensamento
Baudrillard: «Se o pensamento é um desafio, é necessário que seja experimental».
Etiquetas:
Do pensamento
Da estranheza
Jean Baudrillard: «... as coisas afastam-se cada vez mais do seu sentido e, indubitavelmente, mesmo umas das outras. E assim o mundo vai acentuando a sua fuga em direcção à estranheza e ao vazio».
Etiquetas:
Jean Baudrillard
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Da fotografia
As imagens estão todas aí; não é necessário inventá-las. A parte do fotógrafo numa fotografia é muito pequena.
Etiquetas:
Da fotografia,
São Bento
Da poesia
A propósito de uma (re)leitura de Paul Celan apetece-me escrever o seguinte comentário:
Ao contrário dos críticos, que parecem não ter dúvidas sobre o que escrevem, os poetas são as pessoas mais hesitantes deste mundo e nunca têm certezas, apenas intuições. Por isso, os primeiros avançam sempre por avenidas pejadas de admiradores, enquanto os segundos trilham carreiros solitários à beira do abismo.
«Vivemos sob céus sombrios e... existem poucos seres humanos. Talvez por isso existam também tão poucos poemas», escreveu Celan. Noutra altura, afirmou: «A poesia já não se impõe, expõe-se». Isto antes de haver facebook!
Por mim, acho que os verdadeiros poetas não andam a gritar aos quatro ventos que o são. Prefiro os que se isolam para ir «ao fundo da alma buscar os olhos para ver o mundo». Como dizia Celan: «Só mãos verdadeiras escrevem poemas verdadeiros».
Etiquetas:
Amoreiras,
Canon Ixus 100IS,
Da poesia
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Puro fascínio
Jean Baudrillard: «Para mim, uma imagem fotográfica vale menos em termos de qualidade ou de conteúdo do que em termos de puro fascínio».
Etiquetas:
Califórnia,
Da fotografia,
Jean Baudrillard
Saudades do Arizona
O Arizona tem uma variedade impressionante de paisagens. Na verdade, as mais extremas que se possam imaginar, entre as quais esses locais absolutamente surreais que são a Petrified Forest e o Painted Desert (que se podem observar nestas fotos). Dois universos geológicos espantosos, insólitos, onde não custa nada acreditar que estamos noutro planeta, numa galáxia bem longíqua. Vejam-se, por exemplo, as árvores fossilizadas, com as suas estrias loucas, com cores de pedras preciosas. Diz-se que têm 200 milhões de anos!
Etiquetas:
Arizona,
Painted Desert,
Petrified Forest
Joshua Tree
Transcrito do meu guia de viagem: «As árvores são mandiocas gigantes, que atingem 15 metros de altura, e foram baptizadas como Joshua Trees por viajantes mórmones do século XIX, que as relacionaram com uma passagem do Livro de Josué e acharam que as suas ramas lhes indicavam o caminho a seguir». A última fotografia mostra «A caveira».
Etiquetas:
Arizona,
Joshua Tree
Saudades do Arizona
Ainda lá estava e já sentia saudades. Saudades do calor e do silêncio, um dos silêncios mais musicais que jamais conheci. Saudades daqueles céus sem fim, onde há sempre núvens para acentuar o azul profundo do céu (um céu tão luminoso que a estrada parece pavimentada de prata). Saudades de poder conduzir interminavelmente, com a paisagem a desenrolar-se à minha frente como um filme apaixonante.
Etiquetas:
Arizona
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Grand Canyon
Toda a vida ouvi falar no Grand Canyon. Vi filmes, li sobre, imaginei-o, mas nada me preparou para o impacto de chegar lá e vê-lo com os meus próprios olhos. Não é apenas grandioso e belo, é mais do que isso: uma experiência «telúrica» (para a alma).
No local há autocarros, gratuitos, que andam de um lado para o outro, de manhã até à noite, para que possamos apreciar a paisagem de muitos pontos de vista diferentes.
Como seria de esperar, o pôr do sol acrescenta magia às montanhas rochosas, que ficam em brasa. Infelizmente, nenhuma fotografia consegue transmitir o que se sente naquela paisagem.
Dito isto, apetece-me acrescentar: a monumentalidade do Grand Canyon, longe de ser esmagadora, é comovente. Talvez porque, como me disse um chinês em Flagstaff, «não passa de um gigantesco buraco no chão». Fora de brincadeiras: descobri, nesta viagem de três semanas por três Estados do Sudoeste dos Estados Unidos (Califórnia, Arizona e Nevada), que a natureza tem muito mais para me dizer que os seres humanos. Até porque, cada vez mais, aquilo que me importa verdadeiramente perceber não passa pelas palavras, mas pelas emoções.
Etiquetas:
Grand Canyon
Philip Roth
Numa entrevista recente, Philip Roth (actualmente com 78 anos), afirma que não escreverá mais romances. Escrever, refere ele, é uma actividade muito frustrante. Por mais que tentemos, nunca encontramos a palavra certa, a frase correcta, a história que, verdadeiramente, queríamos contar. Mas diz mais. Diz, por exemplo, que chegou à conclusão que tudo na vida é uma questão de sorte ou de azar.
Estou tentado a concordar com ele. Mulheres, empregos, e até filhos... ou temos sorte com eles, ou não. Quanto à América de hoje, o escritor norte-americano assegura que já não a conhece. «Vejo-a na televisão», ironiza ele, «mas já não vivo nela». É como eu próprio já disse noutras ocasiões: à medida que envelhecemos, vamos desaparecendo do mundo. Mesmo se o nosso corpo e a nossa sombra insistem em ir permanecendo por cá.
Até um dia.
Etiquetas:
Philip Roth
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Usura
Pude, finalmente, ver Usura, a exposição de Paulo Nozolino no BES Arte e Finança. A mostra reúne nove trípticos a preto e branco; naquele preto e branco muito peculiar que caracteriza as suas fotografias. Como o título sugere, todas as fotos evocam a degradação, o desaparecimento e a morte, através de acontecimentos traumáticos da nossa história recente: o holocausto, Chernobyl, o 11 de Setembro e a invasão do Iraque, por exemplo. Expostas em salas mergulhadas na obscuridade, as imagens iluminam-nos linteriormente, impregnando-nos da sua beleza e tristeza. Esta visita veio lembrar-me algo já sabia há muito: que Paulo Nozolino é um dos artistas portugueses mais singulares e apaixonantes do meu tempo.
Etiquetas:
BES Arte e Finança,
Paulo Nozolino,
Usura
Subscrever:
Mensagens (Atom)