No CCB está mais uma montagem de obras seleccionadas da colecção Berardo, a que se juntaram outras vindas de instituições estrangeiras. Subordinada ao tema da consciência social, a mostra recebeu o título «Tudo o que era sólido e estável dissolve-se no ar» (ao que parece, uma frase do Manifesto Comunista). O tema é suficientemente vasto e vago para permitir englobar tudo o que se queira e permite as mais diversas conceptualizações. Mais compensador do que estar a matar as meninges com especulações é percorrer as salas na esperança de encontrar, no meio de peças que já conhecemos de cor, obras que nos surpreendam agradavelmente e nos inspirem pensamentos inéditos. Entre as várias surpresas agradáveis com que deparei ontem no CCB, impossível não destacar a sala dedicada a uma instalação dominada por um submarino feito em taipa por uma comunidade índia brasileira. Mesmo ao lado, uma chuva de objectos concebidos pelos mesmos índios lembra-nos que, por mais que racionalizemos, a arte materializa sonhos e temores cujo verdadeiro significado nos transcende em absoluto. Eu recrio o que vejo para que o que vejo me recrie.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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