terça-feira, 20 de julho de 2010

K.

Há autores que leríamos sem fim. No topo da minha lista está Kafka. Há muitos anos que o leio e releio, mas doía-me pensar que já não havia mais nada dele para descobrir. Afinal estava enganado. Estão guardados no cofre de um banco suíço quatro caixas com textos e desenhos inéditos do escritor checo. Quem os lá colocou foi a secretária de Max Brod, o lendário amigo, que os deixou em herança às filhas. Porém, o estado de Israel reclama esses papéis, assegurando que Brod exprimiu o desejo deles serem todos entregues à Biblioteca Nacional de Jerusalém, após a sua morte. Resta agora esperar que o tribunal resolva depressa o conflito de interesses, para que o «tesouro» seja dado à estampa.
Que conto não escreveria K. com esta história, que lembra o velho ditado: «Ladrão que rouba a ladrão...»

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