Quando sonhamos, somos nós e somos outros. Temos todas as idades ou nenhuma. Viajamos por sítios onde nunca estivemos, falamos uma língua que desconhecemos. Esta noite, por exemplo, vi baleias a nadar por entre as estrelas e embarquei numa nave espacial porque queria visitar a lua.
O escritor Aharon Appelfeld assegura, tal como Rimbaud o tinha feito, que cada um de nós é múltiplo e que na nossa memória estão guardadas situações que não vivemos. Segundo ele, o sonho não é menos real do que a realidade. Melhor, é um filtro que permite aceder à essência do ser. «No sonho», escreve ele, «acedemos à verdade bruta, não transformada pela actividade intelectual ou física».
A neuropsicologia mais recente afirma que o «sonho paradoxal» é um período de intensa actividade física que permite ao cérebro explorar os seus limites e, ao mesmo tempo, regenerar as suas células.
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