sábado, 30 de junho de 2012
Parque do Tejo
Ryszard Kapuscinski in Autoportrait d'un Reporter: «C'est mon univers, une fôret de choses et je vis en voyageant dedans. Pour comprendre le monde, il faut le pénétrer aussi profondément que possible».
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sexta-feira, 29 de junho de 2012
Linha d'água
Dois idosos, sentados num banco de jardim, contemplam um pequeno lago. Ouve-se o sussurro das árvores agitadas pela brisa e os pardais que por ali passam constantemente.
ELA (suspirando) – Na sua infinita sabedoria, Deus há-de ter em conta a forma como as pessoas envelhecem.
ELE – Será que, aos olhos de Deus, envelhecemos?
ELA – Tens razão. Para Ele o tempo deve passar tão lentamente que nada chega verdadeiramente a acontecer.
ELE – Pergunto mesmo se, para Ele, a vida e a morte não são exactamente a mesma coisa.
Ela ri. Um esquilo surge do nada e sobe à árvore à sombra da qual eles conversam.
ELE – Repara: este lago é um espelho para as nuvens.
ELA – Repara: vêm morrer aqui todos os ruídos da cidade…
Pausa.
ELE – Tudo o que aqui vemos podia dar origem a um verso.
ELA – O que eu gostaria mesmo, seria que me amasses como a brisa sopra. E senti-lo como a superfície do lago sente o vento.
ELA (suspirando) – Na sua infinita sabedoria, Deus há-de ter em conta a forma como as pessoas envelhecem.
ELE – Será que, aos olhos de Deus, envelhecemos?
ELA – Tens razão. Para Ele o tempo deve passar tão lentamente que nada chega verdadeiramente a acontecer.
ELE – Pergunto mesmo se, para Ele, a vida e a morte não são exactamente a mesma coisa.
Ela ri. Um esquilo surge do nada e sobe à árvore à sombra da qual eles conversam.
ELE – Repara: este lago é um espelho para as nuvens.
ELA – Repara: vêm morrer aqui todos os ruídos da cidade…
Pausa.
ELE – Tudo o que aqui vemos podia dar origem a um verso.
ELA – O que eu gostaria mesmo, seria que me amasses como a brisa sopra. E senti-lo como a superfície do lago sente o vento.
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quarta-feira, 20 de junho de 2012
Da fotografia
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sexta-feira, 15 de junho de 2012
Do natural
Do Natural – Um Poema Elementar foi a obra escolhida pela Quetzal para inaugurar a publicação dos livros de W. G. Sebald no seu catálogo. .
Reunindo três longos poemas sobre de três homens separados no tempo por séculos (o pintor Matthaeus Grünewald, o explorador Georg Wilhelm Steller e o próprio autor), o pequeno livro fala-nos de um longo fascínio e de um constante e surdo temor pela Natureza. A propósito da obra, os editores falam de «uma poesia atmosférica sobre uma melancólica melodia de fundo» e também de «uma verdadeira obra-prima da linguagem.» Não andarão longe da verdade. Por mim, que ainda estou sobre o encanto do livro, prefiro destacar neste momento a rara coincidência que é encontrar em Portugal um bom livro que é também um belo objecto. Não fosse eu, como sou, um leitor assíduo de Sebald, era capaz de ter comprado esta edição só pela capa, que considero muito conseguida.
Reunindo três longos poemas sobre de três homens separados no tempo por séculos (o pintor Matthaeus Grünewald, o explorador Georg Wilhelm Steller e o próprio autor), o pequeno livro fala-nos de um longo fascínio e de um constante e surdo temor pela Natureza. A propósito da obra, os editores falam de «uma poesia atmosférica sobre uma melancólica melodia de fundo» e também de «uma verdadeira obra-prima da linguagem.» Não andarão longe da verdade. Por mim, que ainda estou sobre o encanto do livro, prefiro destacar neste momento a rara coincidência que é encontrar em Portugal um bom livro que é também um belo objecto. Não fosse eu, como sou, um leitor assíduo de Sebald, era capaz de ter comprado esta edição só pela capa, que considero muito conseguida.
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W.G. Sebald
sábado, 9 de junho de 2012
Fotografia e poesia
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Poesia
sexta-feira, 8 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Da arte
Hoje em dia, só vejo artistas à minha volta. Pintores, músicos, escritores, poetas... toda a gente tem algo a dizer, e é assim que deve ser. O problema é que não há ninguém para verdadeiramente ouvir os outros; está toda a gente demasiado ocupada com a sua própria «inteligência» e criatividade. Preocupada, não tanto em dar-lhe bom uso, mas acima de tudo em proclamá-la aos quatro ventos.
Acresce a isto que a simplicidade é muito mal vista, tal como a clareza, o que me parece um absoluto disparate.
Não é certamente por acaso que a maior parte dos autores que me dizem alguma coisa estão mortos.
Ou será que, muito simplesmente, já ultrapassei o prazo de validade?
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Da arte
Do obsceno
Segundo Philippe Sollers, o verdadeiro sentido da palavra obsceno é «o que está proibido por uma sociedade em dado momento. E na nossa época é o pensamento. Ou a poesia, o que vai dar ao mesmo, se percebermos o que se passa entre o pensamento e a poesia». E mais adiante: «A obscenidade está por todo o lado, mesmo no pensamento e, sobretudo, no pensamento assalariado. O dos filósofos profissionais, por exemplo».
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