segunda-feira, 9 de maio de 2011

A gravidade e a graça

30 anos depois da primeira leitura, estou a reler A Gravidade e a Graça, de Simone Weil. Poucos livros serão mais admiráveis e estimulantes. Embora eu não seja católico e não partilhe da fé que animava a escritora, encontro em cada página pistas para (re)pensar a minha relação com o mundo e comigo mesmo. Raros são os livros da minha biblioteca mais sublinhados que este. Se tivesse que sintetizar todo o livro numa única frase, seria esta certamente: «Não possuímos nada no mundo – pois o acaso pode tirar-nos tudo – a não ser o poder de dizer eu. É isso que é preciso dar a Deus, quer dizer, destruir. Não existe absolutamente nenhum outro acto livre que nos seja permitido, a não ser a destruição do eu.»
Num tal livro, verdadeiramente, leio-me.

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