É outra teoria de DeLillo: só num buraco, longe de todos os olhares e tentações, te podes descobrir verdadeiramente. Como a toupeira de Kafka, somos todos animais assustados, a tentar sobreviver e perceber o que nos aconteceu. Escondemo-nos para nos ver melhor e porque sabemos que o perigo é grande.Como DeLillo, sei que a inteligência não traz necessariamente clarividência, nem certezas de nenhuma espécie. Aliás, quanto mais sabemos menos certezas temos. A ignorância cresce na exacta medida do conhecimento. Já Sócrates o declarava (o grego, não o imbecil que nos governa): quanto mais avanças na senda do conhecimento, mais consciência tens do que desconheces.
Outra pista aberta pelo livro de DeLillo: a verdade humana não interessa porque não é a verdade. Verdade é coisa de políticos, patrões, polícias, padres, cientistas e de quem acredita neles. O homem livre não acredita na verdade. Infelizmente, não há homens livres, pois acontece com a liberdade o mesmo que acontece com o conhecimento...
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