quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Tarefas infinitas
Ainda a propósito das exposição Tarefas Infinitas, apetece-me acrescentar:
Um livro não é um mero objeto. É, com frequência, uma porta aberta para outra dimensão. Quando se mergulha num livro, tudo pode acontecer. Podemos até ser rejeitados. Ou tão completamente aspirados, que o nosso mundo habitual desaparece. Ou se expande, como o universo. Por isso se diz que um livro pode ser infinito. Mas atenção, também há livros que não passam de um amontoado de papel.
O comissário desta exposição, escolheu livros que são obras de arte e também obras de arte que se podem ler como um livro. Também lá encontramos pinturas, fotografias, filmes e instalações. Diz Paulo Pires do Vale: «Esta exposição não é de livros e muito menos de livros de artista». E acrescenta que é «como um ensaio porque não propõe conclusões, nem fecha um debate».
Parece evidente que, com esta exposição, Paulo Pires quis ensaiar coisas. Ensaiar, por exemplo, pôr em cena o seu amor pelos livros. Ou por certos livros, se preferirem. Quis confrontar-se com uma ideia, abrir novas pistas a si próprio e aos outros. Pensar e pôr-nos a pensar na nossa relação com os livros, com a arte, com o pensamento.
Não tenho visto muitas exposições que me dessem tanta vontade de voltar a vê-las.
Etiquetas:
Gulbenkian,
Livros,
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