Banhamos, cada vez mais, na Internet, mas dentro de dois anos, com o «switch of» (a televisão analógica deixará de existir e será substituída pela digital), vamos ficar totalmente imersos nela. A nossa vida passará a ser muito diferente. Não melhor, nem pior, mas «outra».
As televisões serão 'inteligentes' e a comunicação entre elas, o telemóvel e os computadores pessoais será total e instantânea. As fronteiras entre o real e o virtual esbater-se-ão ainda mais.
Com a generalização da alta definição e das três dimensões, a vida real parecerá cada vez mais pobre e tristonha comparada com os mundos maravilhosos que nos entrarão pelos olhos dentro através da publicidade, das séries televisivas, dos filmes e dos jogos de todo o tipo. Tanto mais que o fosso entre ricos e pobres (e jovens e velhos) tenderá a acentuar-se.
Tal como se acentuará a tendência actua para a pulverização total em todas as áreas do consumo, em política como na cultura. Todos os dias o «mainstream» se encolhe com o aparecimento constante de novos nichos de mercado.
Tudo isto, mas mesmo tudo, tem um lado bom e um lado mau. Se é verdade que há males que vêm por bem, não é menos certo que há bens que vêm por mal. Por isso, não estou nem optimista, nem pessimista, antes pelo contrário. Embora radicalmente novo, o mundo e o homem permanecerão essencialmente o que são hoje: um paraíso desbaratado pela ganância dos seus habitantes.
sábado, 10 de abril de 2010
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