quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O outro lado da lua



Sou grande fã de filmes de ficção científica. Sempre fui. Porém, ultimamente, não tenho encontrado muitos motivos para me entusiasmar nessa área específica. Moon – o Outro Lado da Lua, de Duncan Jones, que ontem fui ver ao Monumental, constituiu por isso uma bela surpresa. Tanto mais que o nome do realizador não me dizia nada. Só depois de ver o filme (que me trouxe à memória pelo menos dois episódios do Twilight Zone original) soube que Duncan Jones é filho de David Bowie, o que, em todo o caso, é absolutamente irrelevante, pois se o filme é bom, por certo não deve nada ao ilustre músico.
Não vou contar a história do filme, que vos recomendo vivamente, mas limitar-me a dizer que se apoia numa ideia original e num estilo formal depurado e inteligente que consegue, com poucos meios e grande economia dramática (tem um único actor, o notável Sam Rockwell), mergulhar-nos numa atmosfera claustrofóbica e angustiante, que nos acompanha no regresso a casa e pode, inclusivamente, perturbar-nos o sono. Duncan Jones já reconheceu a sua dívida para com 2001: Odisseia no Espaço, de Stantey Kubrick e Solaris, de Andrei Tarkovsky, entre outros, mas é justo salientar que soube encontrar para a sua primeira longa-metragem um tom próprio, muito promissor na verdade. Justo é também realçar a excelente banda sonora de Clint Mansell, cujo trabalho já tínhamos admirado em The Fountain (2006) e The Wrestler (2008), ambos de Darren Aronofsky.

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