domingo, 13 de março de 2011

Um país à rasca









Inspirados numa canção dos Deolinda, e no exemplo da Tunísia e do Egipto, quatro jovens apelaram no Facebook a manifestações contra a política do governo. O movimento designado «Geração à rasca» reuniu pelo país todo mais de 300 mil manifestantes. Não apareceram só jovens, vi gente de todas as idades e também monárquicos, nacionalistas de extrema-direita, anarcas e os oportunistas do costume. Muito polícia à paisana também e muitos jornalistas, que são cada vez mais uma espécie de cães de guarda do sistema.
Foi, em todo o caso, a primeira grande manifestação espontânea que se organizou em Portugal e deve ter dado que pensar a alguns políticos profissionais. Toda a gente espera agora que esta onda de protesto não se fique por aqui, mas não estou nada optimista. Já ninguém parece lembrar-se do que são verdadeiramente os ideais da democracia, nem à direita nem à esquerda. Quanto aos jovens, estão completamente baralhados, só sabem que estão fodidos e não entendem porque não hão-de ter, pelo menos, as mesmas oportunidades que os seus pais.

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