domingo, 9 de outubro de 2011

Zadar




Quando chegámos a Zadar, estava a chuviscar. No terminal dos autocarros, várias pessoas ofereciam apartamentos e quartos para alugar. Um senhor mais persuasivo não nos largou até lhe prestarmos atenção. Dizia que tinha um belíssimo apartamento para alugar, a 15 minutos do centro de autocarro, muito barato. Perante a nossa relutância, propôs-se levar-nos no seu carro e, caso não nos agradasse a casa, trazer-nos de volta para o centro.
A casa não era má, mas ficava nos subúrbios e a paragem do autocarro não era propriamente ali ao lado. Expliquei-lhe que com o Lucas e a chuva se tornava impraticável ficar ali. Ele pareceu entender e, como prometido, levou-nos até às portas da cidade, informando que ali encontraríamos uma agência que nos arranjaria, com toda a certeza, um quarto na zona histórica, de acordo com o nosso orçamento. E assim foi, de facto.
O nosso quarto ficava no porto, num terceiro andar sem elevador, e a nossa janela dava para um barco enorme estacionado a poucos metros de distância (ver primeiras duas fotos). O sujeito da agência tinha-me prevenido desse facto, acrescentando: «Não se preocupe, o barco sai às dez da noite». A localização não podia ser melhor e a dona da casa, que se chama Olga, rapidamente se revelou muito hospitaleira simpática. Quando soube que vínhamos de Portugal, e que nos propúnhamos ir de autocarro até Dubrovnik, ficou muito impressionada. Sempre que via o Lucas exclamava: «Lucas, the great tourist!». No dia seguinte, quando partimos, a dona Olga veio despedir-se de nós em combinação e ofereceu um pêro ao Lucas.
Muito pertinho da sua casa fica uma das principais atracções turísticas da cidade: o famoso órgão marítimo (terceira foto). Já tinha lido sobre ele, mas o efeito é surpreendente. Ao longe já se ouve a música, ressoa pelos ares e não se parece com nenhuma outra. Os estranhos sons são causados pelas ondas do mar ao entrar por buracos escondidos na escadaria que entra pelo mar dentro. As pessoas são para ali atraídas como pelo canto das sereias.
Quanto ao centro histórico, diz-se que se não tivesse sido severamente bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial, Zadar seria a grande rival de Dubrovnik. Tal como está, permanece um local encantador com as suas espessas muralhas brancas e as suas ruelas quase irreais. Naturalmente, as ruas estão vedadas ao trânsito e há muitas esplanadas por todo o lado. Como devem saber, a Croácia é, de resto, o país das esplanadas.
Dá gosto percorrer Zadar, passar pelas suas portas renascentistas e visitar as suas igrejas medievais. Mas a chuva não nos deixou passear tanto quanto gostaríamos e ficámos apenas uma noite, rumando, no dia seguinte, a Sibenik.

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