Já em meados dos anos 90, o filósofo francês Gilles Deleuze afirmava: «O Estado mais centralizado não é de forma alguma senhor dos seus planos, pois ele também é experimentador, faz injecções não conseguindo prever o que quer que seja: os economistas do Estado declaram-se incapazes de prever o aumento de uma massa monetária». A política americana, por exemplo, «é inteiramente forçada a proceder por injecções empíricas, e nunca por programas infalíveis.» Na mesma altura, explicava também que o que carateriza a nossa situação está simultaneamente aquém e além do Estado, pois estão para além dos Estados nacionais, «o desenvolvimento do mercado mundial, a potência das multinacionais, o esboço de uma organização planetária e a extensão do capitalismo a todo o corpo social», que «formam uma grande máquina abstracta que sobrecodifica os fluxos monetários, industriais e tecnológicos». E dizia ainda: «Ao mesmo tempo, os meios de exploração, de controlo e de vigilância, tornam-se cada vez mais subtis e difusos», pelo que «o Estado já não dispõe dos meios políticos, institucionais ou mesmo financeiros que lhe permitiriam enfrentar os contragolpes sociais da máquina».
Ou seja, a menos de sermos capazes de inventar rapidamente «um novo tipo de revolução», estamos fodidos!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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1 comentário:
que engraçado, ele dizia isso. claro. «um novo tipo». a perspectiva do Deleuze é tão nova que nem sequer se pode dizer que seja renovadora de nada. é outra coisa!
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