sexta-feira, 15 de maio de 2009

Deleuze, de novo

Já que estou a citar Deleuze, graças a um livro que comprei ontem na Feira do Livro por cinco euros, deixem-me transcrever mais duas passagens com as quais concordo absolutamente, e que toda a gente deveria ter em conta: «Os poderes estabelecidos precisam das nossas tristezas para fazer de nós escravos. O tirano, o padre, os ladrões de almas, necessitam de nos persuadir de que a vida é dura e pesada», pois os poderes «precisam menos de nos reprimir do que nos angustiar».
No mesmo parágrafo, pode ler-se: «Os doentes, tanto da alma como do corpo, são vampiros; não nos darão descanso, enquanto não nos tiverem comunicado a sua neurose e a sua angústia, a sua querida castração, o ressentimento contra a vida, o seu imundo contágio. Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar os encontros, aumentar a potência de agir, afectar-se de alegria, multiplicar os afectos que exprimem ou encerram um máximo de afirmação».
Resumindo: «Há muitos neuróticos e doidos no mundo que não nos deixam enquanto não nos tiverem reduzido ao seu estado e nos tiverem passado o seu veneno».

2 comentários:

Odracir disse...

Inteiramente de acordo! E que sensação de estupor quando se acorda desse sonho mau!

Marta Rema disse...

apetece-me dizer isso à minha família!

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