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Estive lá e nunca o esquecerei. Entra-se naqueles pavilhões e é como se mergulhássemos noutra dimensão. A nossos pés, muitas centenas de guerreiros aguardam não se sabe bem o quê? O momento de voltar à vida? A nossa chegada? Que o seu imperador ressuscite?
Há, pelo menos, um filme, que eu não vi, onde eles voltam a viver e a lutar. Quando os vemos, ali, nas suas covas, imponentes e plácidos, chegamos a desejar que isso aconteça.
Por todo o lado há cartazes a dizer que não se podem tirar fotografias, mas ninguém consegue resistir: os flashes disparam a toda a hora e os guardas vivos que por ali andam não têm coragem de impedir os turistas de o fazer. De resto, os chineses são ainda mais obcecados pela fotografia do que os japoneses.
Leio agora que o governo de Pequim tenciona desenterrar um novo conjunto de guerreiros, para juntar às mais de mil estátuas que já se podem ver em Xian. Ninguém sabe ao certo, mas calcula-se que ainda estejam enterrados perto de sete mil soldados no túmulo do imperador Qin (que faleceu em 210 A.C., aos 50 anos, depois de ter unificado a China).
Os guerreiros têm quase dois metros de altura e pesam cerca de 180 quilos cada um. Não há dois iguais e pensa-se que representam fielmente os guardas do imperador, assim como os seus 700 cavalos.
O principal problema para os arqueólogos chineses não é desenterrá-los, mas sim reconstituir os que estão partidos e impedir que a pintura se perca ao contacto com o ar, pois as estátuas são coloridas.
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