segunda-feira, 16 de março de 2009

Alain Bashung (1947-2009)



Logo de manhã, ao ligar a TV, um murro no estômago: morreu Alain Bashung! Era um dos meus músicos franceses favoritos. Que digo eu? Era um dos franceses que eu mais admirava. Sobre ele escreve hoje um jornalista do «Libération»: «Cœur solitaire à gauche, charmeur, fumeur alcoolo sans feu ni lieu, rêveur kamikaze comme nous mieux que nous, il aura fait notre époque à coups d’airs du temps». Muito bem posto. Fica aqui a homenagem e um conselho: ouçam os seus discos e, muito em particular, «L'Imprudence», um disco sobre o qual escrevi em 2003: «A voz é cavernosa, profunda, e as sonoridades quase soturnas. No entanto, as atmosferas sombrias desta «imprudência» discográfica mergulham-nos num encantamento constante, porque a música é sumptuosa e as surpresas constantes. Em 1998, Alain Bashung tinha publicado uma obra-prima, Fantaisie Militaire, que alguma imprensa gaulesa considerou uma «pedra angular do rock francês». Para o seu sucessor, arriscou reinventar-se, e a ousadia voltou a revelar-se compensadora: o novo «opus» é de uma elegância indiscutível. A verdade é que contou com ajudas preciosas: os guitarristas Marc Ribot e Arto Lindsay e o pianista Steve Nieve, por exemplo. Com estes e outros cúmplices, porventura menos famosos, mas não menos criativos, Alain Bashung logrou encontrar, para as suas letras quase abstractas, sofisticadas texturas sonoras que se revelam absolutamente hipnóticas. Trés recommandé!».

Um link:
http://www.youtube.com/watch?v=4SR_ygICDKE

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