quinta-feira, 2 de abril de 2009

Da realidade

Quando regressava a casa, esta manhã, vi um homem na rua a encher de areia uma carteira de bolso. Uma dessas carteiras vulgares onde geralmente guardamos os documentos e o dinheiro. Uns metros mais à frente, vejo vir na minha direcção um ex-colega de trabalho. Estamos separados por dez metros e ele parece não me ver, entrando apressadamente numa loja. Em momentos como estes, pergunto a mim mesmo se não estarei a sonhar. Cada vez tenho mais dificuldade em distinguir os sonhos da realidade. Os meus sonhos parecem-me cada vez mais reais, enquanto a (suposta) realidade me prega partidas constantemente. Será por estar desempregado? Isso é: por estar num estado de absoluta atenção ao mundo e, em especial, ao meu mundo interior? Seja como for, é tão exaltante como assustador. Quanto menos percebo o que se passa comigo e com o mundo, mais interessante e intenso é o que vivo. Uma coisa é certa: não há nada mais real do que aquilo que vivo, esteja a dormir ou acordado.

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